É chegado o mês, por assim dizer, da terna docilidade emanada da Senhora. 31 dias celebrados com a Mãe do Céu, propícios ao ponto de nos fazer mais unidos à devoção mariana e tudo o que a Virgem tem a nos ensinar. Tenhamos por base a consciência de que é a Mãe que nos ensina como desejar dispor aos pés do Filho um coração aberto, livre e lançado, na postura daqueles que abrem crédito infinito nas mãos de Deus e se colocam unidos a Ele. Com essa certeza, seguiremos o nosso post de hoje.
O mês dedicado à Nossa Senhora traz a essência da orante por excelência. Somos envoltos de muitas orações, práticas e devoções, que permeiam a nossa vida espiritual durante o mês e que nos lançam num pano de fundo muito significativo: aprendemos, meditamos, contemplamos e vivemos os dogmas marianos e a fé da Igreja naquela que é para nós um grande sinônimo de doação total nas mãos de Deus.
Às palavras de Inácio Larranaga (tenho citado este grande autor pelo grande apreço e admiração que tenho por ele), escreveria muito mais do que a dimensão do valor pode carregar. Poética e incrivelmente ele reúne grandes sequências de parágrafos ao falar da Virgem Maria que respondem muito sobre o que conseguimos viver à exemplo da Senhora.
“Mãe do silêncio e da humanidade, tu vives perdida e encontrada no mar sem fundo do Mistério do Senhor”. Vejam bem: perdida e encontrada tornam-se complemento perfeito.
Originalmente conhecido no hemisfério norte por uma série de tradições, o mês mariano tornou-se muito mais que um compilado de práticas devocionais para assumir um espaço de exemplo vivo da vida encarnada. Sim! Encarnou-se com o Amor e os frutos brotaram. Bendita fecundidade que nos gera em seu ventre de amor, o mesmo que outrora carregou Jesus!
Em tempos difíceis no cenário mundial, somos marcados com um grandioso presente. Celebramos a vida ressuscitada com o Cristo e somos lançados numa chama ardente de amor maternal... É a Virgem que nos acolhe em seu manto e nos ensina a dignidade de sermos filhos de Deus, ao que, um dia, caso esqueçamos, esqueceremos também a nossa própria identidade: é na benevolência e na liberdade da Ressurreição (e de toda a história da Salvação) que descobrimos sentido novo de vida, a própria Vida.
Maria é a Mulher da esperança, mulher da confiança absurda e inesgotável que nos lança num grande exemplo de abandono nas mãos da Divina Providência. É quem nos ensina a sermos mansos e serenos, tranquilos, pois conscientes da certeza de Eternidade a que somos chamados, vivemos dependentes Dele e isso nos basta.
“Tu és disponibilidade e receptividade. Tu és fecundidade e plenitude. Tu és atenção e solicitude pelos irmãos. Estás revestida de fortaleza. Resplandecem em ti a maturidade humana e a elegância espiritual. És senhora de ti mesma antes de ser Nossa Senhora”. E ainda: “Jamais se viu figura humana de tamanha doçura, nem se voltará a ver nesta terra uma mulher tão inefavelmente evocadora”.
Versos tão ricos e tão significativos. Quanta beleza resplandecem da Mãe! Aprendamos com a Nossa Senhora as raízes da vida feliz e plenificada. Unidos à Mãe querida, sigamos firmes, esperançosos e despojados aos pés do Filho para aprendermos os tesouros encontrados na vida com Ele.
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