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Nossa Senhora e os títulos dedicados em sua honra



1. ESPELHO DE JUSTIÇA


A justiça é a virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido (Catecismo, nº 1836). O justo por excelência é Deus (Sl 7,18, Jó 8,3). A Bíblia apresenta as figuras de Henoc, Noé, Abraão, José como homens justos, que viveram de acordo com o projeto divino. Entre as figuras bíblicas, Maria aparece como modelo de justiça, pois sempre seguiu o projeto de Deus, colocando-se como sua serva; conformou sua vontade à vontade do Pai.


2. SEDE DA SABEDORIA


A sabedoria é um dos dons do Espírito Santo, que capacita o ser humano a conhecer Deus e sua vontade, a discernir entre o bem e o mal, contemplar a realidade a partir do olhar de Deus. Na Bíblia este termo aparece 274 vezes. Deus é sábio e concede e esse dom aos seus filhos. Segundo os Padres de Igreja, Nossa Senhora é sede de sabedoria porque, em 1º lugar se tornou a mãe de Jesus, Verbo e Sabedoria Divina; 2º porque se deixou inundar pelo Espírito, que lhe comunicou a sabedoria para que pudesse saber apreciar os mistérios da fé na luz de Deus, compreendo a vontade dele a seu respeito.


3. CAUSA DE NOSSA ALEGRIA


A alegria, sentimento básico da pessoa humana, não nasce da riqueza, dos títulos, do poder, honrarias e bajulações. Se origina do coração unido a Deus. Dificuldades, sofrimentos, não podem diminuir a alegria do cristão, que deve enfrentar as vicissitudes da história com coragem, comprovando sua fé autentica. Nossa Senhora é causa de nossa alegria por sua cooperação consciente e ativa na obra salvadora. Cheia de graça, recebe a notícia de que seria a mãe do Salvador, visita Isabel na montanha levando a alegria da presença do menino; nela Deus cumpriu a alegria prometida pelos profetas ao povo simples de Israel.


4. VASO ESPIRITUAL


Na Bíblia, vaso significa uma coisa ou uma pessoa de importância de valor. O Livro dos Provérbios diz que os lábios do sábio são um vaso precioso (Pv 20,15). Tem ainda o sentido de receptáculo, instrumento. O ser humano pode ser comparado a um vaso. Como criatura de Deus, deve respeitar seu corpo, não permitindo corrupção, pois é semelhante a um vaso frágil, exposto ao perigo de se quebrar, trazendo em si um tesouro em vaso de argila, pois é fraco, mas sua força é Deus que nele age (2 Cor 4,7-15). Nossa Senhora é invocada como vaso espiritual porque é pura e imaculada, desprovida de pecado. Se deixou fecundar, plasmar pela força do Espírito Santo, tornou-se templo vivo de Deus, dócil ao agir da 3ª pessoa da Santíssima Trindade.


5. VASO HONORÍFICO


Honorífico é um termo latino que significa ‘que honra e distingue’, digno de honra. Honra é homenagem à virtude, ao talento, às boas ações, qualidades de uma pessoa. Uma das formas de prestar culto devido a nossa Mãe é através de celebração de festas marianas, onde se celebra sempre Deus através da figura mariana. O calendário da Igreja Católica é repleto de festas, memórias e solenidades de Maria (que são 4); entre elas destacamos o Dia Mundial da Paz, Maria Mãe de Deus, e no dia 8 de dezembro a Imaculada Conceição. Há ainda celebrações relativas a padroeiras locais, nacionais (Nossa Senhora Aparecida) e continentais (Guadalupe).


6. VASO INSIGNE DE DEVOÇÃO


Insigne é um termo latino que tem o sentido de ‘estar dentro de’, e ‘signum’, que conota sinal, marca, significando em português muito distinto, notável, célebre. Devoção vem de devotione, que significa dedicação, entrega, consagração. A pessoa devota é aquela que conserva sua existência dedicada à pratica da religião, com reta intenção, amor, fervor. Maria é assim invocada porque ela tornou-se para os cristãos sinal e exemplo de vida dedicada ao projeto de Deus, modelo de adesão à sua causa salvadora. Toda sua existência exprimiu sua entrega incondicional a Deus, sempre atenta e disponível como serva do Senhor.


7. ROSA MÍSTICA


Uma flor encanta quando, oferecida, é portadora de mensagem rica de carinho, afeto. Na Bíblia, no Livro do Cânticos dos Cânticos representa o dinamismo do amor entre um casal (Ct 2,1-2). No Eclesiástico lembra a beleza da Criação, objeto de louvor do ser humano ao seu Criador (Ecl 39,19). Escritores e pregadores aplicaram o simbolismo da flor a Nossa Senhora, ressaltando suas qualidades, virtudes e belezas. Por que mística? Porque possui todas as belezas da rosa sem ser atingida por seus espinhos, suas faltas; mulher pura e bela, sem pecado. Maria é intitulada rosa sem espinhos pelos grandes doutores da Igreja. São Bernardo de Claraval, comparando-a com Eva, assim disse: "Maria é a rosa que suaviza, que dá a todos a possibilidade de salvação. Eva é o espinho que fere, que causa morte".


8. TORRE DE DAVI


Davi foi o 2º rei de Israel, tendo conseguido unir as tribos, inúmeras vitórias sobre os inimigos, considerado um homem corajoso, destemido, magnânimo. Na Bíblia, as torres possuem vários tipos de estrutura, podendo ser uma construção leve, isolada numa vinha, como posto de guarda contra animais e ladrões. Havia também uma torre central dentro de cada cidade, que era cercada de muros e fortificações. A torre de Davi era o ponto mais forte da cidade de Jerusalém, que lhe servia de defesa e proteção, bastante resistente. Maria é considerada torre onde foi gerado e protegido aquele que o Senhor lhe dá o trono de Davi; por ser a mãe dos homens, que os acompanha, protege e defende incansavelmente; quando a Igreja é ameaçada por seus inimigos, encontram na Virgem Maria um ponto sólido para se defender.


9. TORRE DE MARFIM


O marfim é a substância firme e resistente, de um branco leitoso, de que são feitas as presas dos elefantes. Exprime a ideia de solidez, firmeza. Torre de marfim simboliza a virtude da fortaleza cristã, que nos leva a ter equilíbrio, intrepidez, e audácia entre os temores da vida. Nossa Senhora é considerada torre de marfim pela vivência exemplar da virtude da fortaleza, que se manifesta na fidelidade a Deus, na perseverança daquele sim respondido livremente.


A fortaleza caracteriza Maria nos momentos mais difíceis de sua vida e missão, como na crucificação, onde ela permaneceu de pé, firme na fé. Não demonstrava sinal algum de impaciência no meio de tanta amargura; não maldizia, não pedia vingança a Deus contra seus inimigos; mas estava resignada, paciente, desfeita em pranto e abismada na dor. Quem poderá encontrar a mulher forte? Ela vale muito mais que pérolas? A graça é enganadora e a beleza é passageira, mas a mulher que teme a Deus merece louvor (Pr 31, 1025-26.30). Esse perfil é atribuído a Maria, mulher forte e fiel a Deus.


10. CASA DE OURO


A expressão 'casa de ouro' foi inspirada na Bíblia, evocando o templo de Jerusalém, que teve uma importância capital para o povo de Deus, tornando-se um dos centros principais da vida religiosa e nacional. Foi construído pelo rei Salomão no sec. X a.C., que mandou transferir para lá a arca da aliança, e o revestiu de ouro e madeira mais nobre. Era considerado a morada divina, o lugar de seu culto. Pela Encarnação, Maria tornou-se o templo, a morada de Deus. São Bernardo de Claraval disse: “Casa virginal, sustentada por sete colunas, porque enriquecida pelos sete dons do Espírito Santo”. Na Terra, ela é um santuário que Deus enche de maravilhas”. Todos somos chamados a ser casa de Deus, templos vivos dele, como nos pede São Paulo (2 Cor 6,16).


11. ARCA DA ALIANÇA


A arca da aliança era um objeto sagrado, constituía um cofre portátil, coberta de ouro, e que por cima tinha uma placa de ouro, o propiciatório, sobre os quais dois querubins, fixado nas extremidades, estendiam as asas (Ex 25,10-22). Desde a caminhada do povo pelo deserto, a arca era colocada debaixo da tenda, levada à frente dos israelitas pelos levitas. Era o sinal visível da presença de Deus. Continha a lei (o decálogo), um pedaço do maná e o cajado de Arão.


Maria é considerada arca da nova aliança pois porta Jesus, Deus-conosco. Continha não a lei, mas o legislador; não o maná, mas o Pão da Vida; não o cajado, mas o Bom Pastor. Sua relação enquanto arca lembra os sacrários das Igrejas, pequenas arcas da aliança, onde o povo experimenta a presença santa do seu Deus. São Pedro Damião afirmou que o “mesmo corpo de Cristo que ela gerou é o mesmo corpo que nós recebemos no altar”.


12. PORTA DO CÉU


Os cristãos chamam Maria de Porta do Céu porque confiam que ela os ajude a entrar no Paraíso com segurança, que ela estará com eles na hora da morte. O céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva (Catecismo da Igreja Católica, nº 1024). É a comunhão definitiva do ser humano com seu Deus. Jacó, patriarca do povo de Deus, teve um sonho em que viu uma escada que da terra se erguia aos céus (Gn 29,10-22). Comentando o episódio, Santo Agostinho assim interpretava: “A humilde Maria tornou-se a escada celestial pela qual Deus desceu à terra, a fim de que por ela os homens merecessem subir ao céu”.


13. ESTRELA DA MANHÃ


Ela é a estrela brilhante da manhã, que após as trevas da noite, anuncia o surgimento de Jesus, sol da manhã. As Sagradas Escrituras aclamam o Salvador como o sol nascente que visita a humanidade. São Bernardo de Claraval assim se expressa: “A comparação com o astro é perfeita: o astro emite seus raios sem sofrer alteração, a virgem dá à luz seu Filho sem sofrer nenhuma lesão, pois assim como o raio não diminui em nada o brilho do astro, o Filho guarda intacta a integridade da Virgem”.


É chamada também de Estrela do Mar, pois guia os caminhos da humanidade para a meta, que é Deus. “Experimente tirar Maria, essa estrela do mar, e verá o que resta a não ser obscuridade, que avança e envolve tudo na sombra da morte e na treva profunda” (São Bernardo). É também intitulada Estrela da Tarde, Vésper, aquela que brilha ainda depois que o sol se pôs. É esperança para os pecadores, que por fraqueza se esqueceram ou se afastaram de Cristo. O então Papa Paulo VI a designou de Estrela da Evangelização.


14. SAÚDE DOS ENFERMOS


A doença é parte de nossa existência, condição humana, sinal de debilidade, faz o ser humano tomar consciência de sua contingência e desperta nele a necessidade de socorro divino. As orações dos doentes e atribulados são belas e numerosas no livro do saltério (Sl 6, 2-6), que reconhece sua dependência do agir divino. Ao considerar Maria como saúde dos enfermos, os cristãos suplicam com confiança para que ela assista os doentes e interceda junto a Jesus pela cura deles. Esse título demonstra a grande confiança dos que, em seus males físicos, recorrem a Maria e atesta as inumeráveis curas a ela atribuídas, como as ocorridas no Santuário de Lourdes, na França, que chegam a mais de 1.200.


15. CONSOLADORA DOS AFLITOS


A dor constitui uma das experiências mais dolorosas do ser humano, condição de nossa pequenez e fragilidade. Nascemos em meio à dor e morremos do mesmo modo, e entre esses dois extremos frequentemente há uma história de sofrimento. Há sofrimentos que vem de fora, como a morte de um ente querido, outras do interior, da própria pessoa, do corpo, da luta permanente entre o bem e o mal.


Os sofredores buscam auxilio e ânimo em Nossa Senhora. São Germano, patriarca de Constantinopla, apresentou uma bela oração a Maria: “Quem, então, depois do vosso Filho, interessa-se, como vós, pela humanidade? Quem nos defende sem cessar em nossas tribulações? Tudo que é vosso é maravilhoso, ultrapassa nosso entendimento e vossa proteção está acima de nossos pensamentos”.


16. AUXÍLIO DOS CRISTÃOS


Ao estudar a história da Igreja, constata-se sempre a presença atuante da Mãe, que é prestativa no auxílio nas perseguições exercitadas pelos inimigos da fé cristã. Em inúmeras batalhas cristãs o auxílio mariano foi determinante para a vitória, quando, por exemplo, no século XVI a força naval muçulmana ameaçava de novo a Europa pelo mar mediterrâneo, e o Papa Pio V, pediu a intercessão poderosa da Virgem Maria através da reza do rosário; demonstrou seu agradecimento pela vitória ao incluir a invocação “Auxílio dos Cristãos” na Ladainha, e instituiu o dia 7 de outubro como festa de Nossa Senhora do Rosário. Várias festas marianas foram instituídas como forma de agradecimento pela derrota dos inimigos da fé cristã.


Por Diácono Gildenor da Silva Oliveira, Diocese de Patos-PB.

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