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Conhecendo os dogmas marianos

Foto do escritor: Projeto Madre TeresaProjeto Madre Teresa

Atualizado: 29 de mai. de 2020


*Caros leitores, hoje seguiremos com os nossos estudos embasados e mais aprofundados nos temas da fé católica. Dando continuidade ao conhecimento sobre a Mãe do Céu, trazemos mais uma série de importantes conteúdos que nos levam à Mariologia de forma dinâmica e repleta de boas experiências.


Definidos pelo Magistério da Igreja de maneira solene, os dogmas são verdade de fé, contidas na Bíblia e na tradição. Eles são importantes porque ajudam os cristãos a se manterem fiéis na fé genuína do cristianismo. São como placas e luzes que indicam, iluminam e tornam seguro o caminho de nossa fé. Referentes à Maria, a Igreja propõe 4 dogmas:


Maternidade Divina, Virgindade Perpétua, Imaculada Conceição e Assunção. O Concílio de Éfeso, no ano 431, definiu explicitamente a maternidade divina de Nossa Senhora. Foi proclamada sempre Virgem pelo Concílio de Latrão, em 649. Em 1854, o Papa Pio IX definiu o 3º dogma, a Imaculada Conceição; quanto à Assunção de Maria, foi o último dogma proclamado, sendo ele defendido pelo Papa Pio XII em 01 de novembro de 1950.


· MARIA, MÃE DE DEUS – 1º DOGMA


Em seu mistério profundo, Maria é Mãe de Deus. Esse título aparece nas orações da Ave-Maria, Salve-Rainha e na Ladainha de Nossa Senhora. Esse dogma serviu como reação às pregações de Nestório, patriarca de Constantinopla, que afirmava que havia duas naturezas em Cristo, constituindo duas pessoas; que Maria era a mãe de Jesus enquanto humano, e não a mãe de Deus. O Concílio de Éfeso proclamou que Maria é “Theotókos”, que significa, teologicamente, não genitora da divindade, mas geradora do Verbo encarnado. A Virgem não gerou simplesmente um homem, mas um verdadeiro Deus, não sem carne, mas feito carne.


Ela é chamada de Mãe 25 vezes no Novo Testamento. São Paulo afirma que foi enviado pelo Pai e filho de Maria (Gl 4,4). A fundamentação bíblica encontra-se em todos os evangelistas (Lc 1,35.39-44.56; Mc 6,3; Mt 1, 18-25; Jo 6,42). A maternidade divina é a base e o princípio fundamental da teologia marial, e portanto, está na origem dos demais dogmas. Todas as graças, privilégios e títulos de Maria estão fundamentados nesta verdade mariana. É a chave explicativa de seu mistério e missão. Mais do que um privilégio pessoal, a maternidade de Nossa Senhora está à serviço da salvação do povo.


· VIRGEM MARIA – 2º DOGMA


Maria Santíssima foi virgem, concebendo Jesus por obra do Espírito Santo, sem ter relações sexuais com José. O Concílio de Latrão, no ano 649, preconizou como verdade a virgindade perpétua de Maria, afirmando que a concepção de Jesus aconteceu por pura graça e iniciativa divina. Maria permaneceu virgem no parto sob o ponto físico e moral, como especial milagre divino. Os evangelistas Mateus e Lucas, dão testemunho claro e muito belo da concepção virginal de Jesus (Mt 1,18-25; Lc 1,26-38).


De acordo com eles, José não engravida Maria, que se torna mãe como virgem; Jesus é concebido efetivamente por obra do Espírito Santo. Baseando-se na autêntica interpretação bíblica, Maria permaneceu virgem após o parto. Não teve outros filhos, nem consumou seu casamento com José. Os chamados irmãos de Jesus são na verdade primos. Na linguagem bíblica, irmão é frequentemente empregado em lugar de primo, sobrinho, parente (Ló e Abraão: Gn 13,8;11,27-31).


· IMACULADA CONCEIÇÃO – 3º DOGMA


Imaculada Conceição significa que ela foi preservada do pecado original desde o primeiro instante de sua existência. A razão de ser imune ao pecado original se deve ao fato de ser Mãe de Jesus. Coube ao teólogo franciscano Duns Scott (1226-1308) argumentar que Maria foi preservada do mal do pecado original em previsão dos méritos de Cristo. Dizia ele: “Convinha que Deus fizesse a exceção; podia fazê-la e o fez; portanto, a fez! Deus concedeu a Maria o privilegio especial, fazendo-a participar da redenção de Jesus de forma antecipada e preventiva”. Ainda que de maneira implícita a Igreja encontrou na Bíblia os fundamentos dessa doutrina.


São Lucas diz que Maria é cheia de graça, significando que ela é plena do favor divino; se está plenamente possuída por Deus, não há em sua vida espaço para o pecado. Em Lc 1,31 encontramos a expressão “Conceberás em teu seio”. Assim ela se torna o sacrário vivo, a tenda da morada de Deus. No livro do Gênesis lemos que haverá inimizade entre a mulher (Maria) e a serpente, símbolo do demônio. Por ser Mãe do Salvador, ela não poderia ficar sob o poder do maligno, mesmo por um breve momento, Jesus não poderia nascer de uma criatura sujeita ao mal, ao pecado. Ela deveria ser toda pura, imaculada, sem mancha de pecado. Ela é toda santa!


· ASSUNTA AOS CÉUS – 4º DOGMA


Maria foi assunta, levada pelos anjos aos céus, está viva e ressuscitada junto da Santíssima Trindade. Ela já é o que somos chamados a ser após a ressurreição da carne. Essa crença da assunção remota ao século IV. O povo cristão já acreditava nisso. Santo Éfren (373) afirmava que o corpo virginal de Maria não teria sido atingido pela corrupção depois da morte. Santo Epifânio (403) dizia que o fim dela foi prodigioso e que ela possuía o reino dos céus ainda com a carne. No século IV já acontecia em Jerusalém a festa da Dormição (trânsito) de Nossa Senhora, fixada por decreto imperial para 15 de agosto.


Essa festa era celebrada também em Constantinopla no ano 600. No Ocidente, celebrava-se em Roma a mesma festa, patrocinada pelo Papa São Sérgio I, passando para outros países no século VIII, tomando o título de Assunção de Santa Maria. Nos séculos XVIII e XIX foram apresentados à Santa Sé petições em favor da definição do dogma da assunção de Maria.


Por ocasião do Concilio Vaticano I (1870), cerca de 200 bispos pediram tal dogma. Em 1 de novembro de 1950, o Papa Pio XII proclamou solenemente o dogma da assunção, assim se expressando: “A imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste”. A assunção mariana está radicada na Sagrada Escritura.


A grande Tradição eclesial faz referências a vários textos bíblicos para fundamentar este dogma mariano (Gn 3,15; Ex 20,21; Is 60,3; Sl 132,8; Ct 3,6; Lc 1,28; Ap 12). Assim, Maria participa da glória de Jesus, assim como participou de sua vida, Paixão e Morte. Sua assunção recorda nosso destino ao final de nossa existência. Maria é imagem e início daquilo que a Igreja deve ser, aponta para a santificação de nosso corpo. Esse dogma manifesta o destino do corpo santificado pela graça.



Por Diácono Gildenor da Silva Oliveira, Diocese de Patos-PB.


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